Na pandemia comecei a escrever um artigo ambicioso. Queria, em poucos parágrafos, descrever uma visão geral do desenvolvimento dos meios de comunicação e o respectivo comportamento das pessoas em cada época. Não avancei no artigo, mas consegui criar um roteiro (*) para futuramente escrever.

Minha ideia original do artigo era demonstrar que saímos na pré-história de uma situação de isolamento e luta feroz pela sobrevivência e estamos voltando agora à mesma situação. O crescimento da ultra-direita, do neo-nazismo, e a grande possibilidade de uma terceira grande guerra apontam para isso.

Em tempos de idílio com o Chat GPT, que populariza essa nova era dominada pelos algoritmos e pelas telas digitais, resolvi pedir à ferramenta que transformasse meu roteiro num artigo. Meu pedido resultou no seguinte:

“A Evolução da Comunicação Humana: Da Pré-História ao Humano Dado

Desde os primórdios da humanidade, a comunicação tem sido um pilar fundamental da sociedade. Através das eras, testemunhamos a evolução da forma como nos conectamos, compartilhamos informações e influenciamos uns aos outros. Da comunicação direta dos tempos pré-históricos até a era contemporânea do “Humano Dado”, cada fase revela uma jornada fascinante.

Pré-História: Humano 1.0 – O Humano Isolado
Na pré-história, os humanos dependiam da comunicação direta, do corpo a corpo, para se comunicarem. As feiras livres eram locais de interação, onde a proximidade física permitia a troca de informações. A comunicação nesse estágio era muitas vezes guiada pela força e coerção, com a formação de exércitos para estabelecer domínio.

1455 – 1995: Humano 2.0 – O Humano Analógico
A invenção da imprensa por Johannes Gutenberg em 1455 marcou o início de uma nova era de comunicação. Com a produção em massa de livros e, posteriormente, a disseminação de jornais, rádio e TV, surgiu o “Humano 2.0”. A comunicação de massas se desenvolveu, mas era unidirecional, mediada pelos meios de comunicação e sujeita ao controle da opinião pública. A Bíblia de Gutenberg, que começou com 158 exemplares, contrasta fortemente com os 15 milhões de livros produzidos até 1500.

1995 – 2005: Humano 3.0 – O Humano Conectado
Na virada do milênio, a sociedade testemunhou uma mudança radical na forma como os indivíduos se comunicavam. O período entre 1995 e 2005 foi caracterizado como o “Humano 3.0”, marcado pela crescente penetração da Internet, a expansão da TV a cabo e o advento dos meios de comunicação de massa. A comunicação passou de unidirecional para bidirecional, permitindo uma multiplicação de fontes de informação e o início de uma era de interatividade.

2006 – 2010: Humano 4.0 – O Humano Móvel
Com a disseminação de dispositivos móveis e a proliferação da Internet móvel e sem fio, o período entre 2006 e 2010 foi caracterizado pelo “Humano 4.0”. As barreiras geográficas foram superadas, e cada cidadão tinha a capacidade de emitir sua própria mensagem, resultando em um idílio digital de interatividade. A comunicação digital floresceu, levando a uma transformação na maneira como as pessoas compartilhavam informações e se conectavam.

2010 – 2013: Humano 5.0 – O Humano “Onipresente”
A década de 2010 trouxe o “Humano 5.0”, uma fase em que as redes sociais organizaram comunidades em uma escala global. A Internet se tornou uma presença constante na vida das pessoas, acompanhada por mídias de massa e TV interativa. O surgimento de “manadas” e a segmentação das redes sociais permitiram uma experimentação social sem precedentes, levando a uma comunicação multicanal que transcendia fronteiras.

2013 – 2016: Humano Rede – O Humano Manada / Indivíduo Solitário
Durante este período, testemunhamos o nascimento do “Humano Rede”, onde as redes sociais desempenharam um papel central na forma como as pessoas se comunicavam e se organizavam. O marketing de redes emergiu, levando a fenômenos como as “Revoluções Coloridas” e a infância digital das massas. A comunicação global se expandiu, aproximando culturas e nações.

2016 – até os dias de hoje: Humano Dado – O Humano Alvo / Objeto / Descartável
À medida que a tecnologia avançava, chegamos à era do “Humano Dado”. Algoritmos, inteligência artificial e a coleta massiva de dados se tornaram elementos fundamentais na comunicação e interação humanas. A velha mídia começou a declinar, enquanto o microtargeting nas redes sociais e o marketing omnichannel ganharam destaque. Essa fase também viu o surgimento de desafios como o isolamento, a manipulação de informações e preocupações com a privacidade, simbolizadas por incidentes como o escândalo da Cambridge Analytica e as revelações sobre vigilância governamental.
Os termos “NSA”, “Pegasus”, “5G”, “Brexit”, “Trump” e “Bolsonaro” se tornaram sinônimos de como a política e a comunicação se entrelaçaram. A comunicação ideológica se tornou mais prevalente, destacando a polarização e a manipulação de narrativas em plataformas digitais.

Conclusão: Uma Jornada de Transformações
A evolução da comunicação humana desde a pré-história até os dias atuais é uma narrativa rica em mudanças tecnológicas, sociais e culturais. Passamos de uma comunicação corpo a corpo para uma comunicação multicanal, interativa e altamente segmentada, até chegarmos a um ponto em que somos tanto comunicadores quanto alvos das complexas forças da era digital.
Enquanto a tecnologia continua a avançar, é imperativo refletir sobre os impactos dessas mudanças na nossa sociedade. A busca pelo equilíbrio entre liberdade de expressão, privacidade e responsabilidade é essencial para garantir que a comunicação humana continue a evoluir de maneira ética e significativa. O futuro da comunicação humana, no contexto do “Humano Dado”, dependerá de como navegamos pelas interseções entre tecnologia, sociedade e valores fundamentais.”
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Ou seja, o Chat GPT “penteou” o roteiro, fez um texto “senso comum” a partir dele, que não deixa de ser interessante como curiosidade (**). As ideias que a ferramenta usou estão todas no roteiro que eu forneci ou são informações muito comuns nas redes e em artigos que de alguma forma tratam do tema.

Como tem reiterado o doutor Miguel Nicolelis, a AI não é artificial nem inteligente. Inteligentes são os caras por trás dela que, em breve, estarão ganhando rios de dinheiro substituindo o trabalho humano pelas suas máquinas.

(*) Roteiro:

Pré-história
HUMANO 1.0
Humano isolado
Feiras livres – Organização por proximidade – Abrangência local
Comunicação direta – Corpo a corpo – Força – Coerção – Exército

1455 – 1995
HUMANO 2.0
Humano analógico
Mídias: Livro, Jornal, Rádio, TV
(Bíblia de Gutenberg, 158 exemplares em 1455 x 15 milhões de livros em 1500 )
Comunicação de massas – Unidirecional – Mediação dos meios – Controle de opinião pública – Pesquisas de opinião

1995 – 2005
HUMANO 3.0
Humano conectado
Mídias: Internet Cabo + Meios de Comunicação de Massas + TV fechada
Comunicação bidirecional – Multiplicação de fontes

2006 – 2010
HUMANO 4.0
Humano móvel
Internet móvel + Internet wireless + MCM
Todo cidadão pode emitir a sua mensagem – Interatividade – Idílio digital
Comunicação digital

2010 – 2013
HUMANO 5.0
Humano “onipresente” / eufórico
Organização de redes sociais – Internet em tempo integral + MCM + TV interativa + etc
Organização das primeiras manadas – Segmentação – Experimentação
Comunicação multicanal

2013 – 2016
HUMANO Rede
Humano manada / indivíduo solitário
Marketing de redes – Revoluções coloridas – Infância digital das massas –
Comunicação global

2016 – ……
HUMANO Dado
Humano alvo / objeto / descartável
Algoritmos – IA – Ocaso da velha mídia – Microtargeting nas redes – Marketing ominichannel – Social Ads – Isolamento – Manipulação – Controle – NSA – Pegasus – Mano – 5G – Brexit – Trump – Bolsonaro
Comunicação ideológica

(**) Fiz uso do Chat GPT gratuito. Acredito que uma versão paga faria um artigo mais qualificado, que poderia avançar em linhas de argumentação sustentadas e menos senso comum.

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