Muitas vezes somos surpreendidos por novas ideias de negócios. Ou mesmo por antigos negócios transformados em outra coisa. O telefone móvel, por exemplo. Ainda que eu não tivesse nem telefone, me encantava na infância a ideia de poder andar pela casa e telefonar ao mesmo tempo. Quando vi num filme do 007 um telefone móvel num carro, então, não acreditei. Aquilo não existia e parecia inatingível. Olhando hoje para o meu celular, um aparelho que uso para várias coisas, e eventualmente para telefonar, vejo que avançamos muito em poucos anos.

Mas de onde vêm as novas ideias, os novos produtos, as empresas como a Uber, que em poucos anos devastou o transporte através de taxis em todo o mundo? Como elas surgem e se desenvolvem? Seus criadores são iluminados?

Em parte talvez sim, mas quase sempre a inspiração pode estar muito próxima da gente. A Starbucks, por exemplo. Howard Schultz, dono da cafeteria mais cultivada do planeta, teve a ideia do atendimento personalizado numa viagem que fez à Itália. Schultz ficou encantado com os baristas dos cafés de Milão que sabiam o nome dos clientes e demonstravam ter gravado seus pedidos de cor. Na época, Schultz trabalhava como diretor de marketing da Starbucks e resolveu apresentar aos seus donos o conceito do café que anota o nome do cliente no copo.

Schultz viajou na história. Compreendeu que a cafeteria tinha de ser muito mais do que um lugar onde se toma um bom café. Tinha de ser uma experiência, um evento. Como os donos do Starbucks não gostaram do conceito, Howard Schultz, obcecado pela ideia do atendimento personalizado, foi abrir uma concorrente, chamada Il Giornale. O negócio deu tão certo que, em 1987, a Il Giornale comprou a Starbucks e a partir daí tornou-se uma empresa mundial.

Hoje, se você visitar o site da Starbucks Brasil, verá que a missão da cafeteria não é vender café, é “inspirar e nutrir o espírito humano – uma pessoa, uma xícara de café e uma comunidade de cada vez”. Tudo por conta dos baristas de Milão.

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